DIABETES
A diabetes, uma doença crônica e metabólica, tem crescido rapidamente nas últimas décadas, afetando mais de 460 milhões de adultos em 2020 (9,3% da população mundial). A hiperglicemia persistente, causada por problemas na produção, uso ou distribuição de insulina, é o sintoma central. A doença se divide em tipos, incluindo os mais discutidos: tipo 1, tipo 2 e gestacional, cada um com suas próprias origens e fisiopatologia ligadas à insulina.
Tipo 1
Conhecida também como diabetes insulinodependente, a condição é caracterizada por uma doença auto-imune, onde as células beta-pancreáticas (berços de produção de insulina no corpo humano) são destruídas pelo sistema imunológico do próprio paciente. A perda progressiva da produção de insulina endógena condiciona o uso de insulina terapêutica medicamentosa como recurso para controle da doença, bem estar e sobrevida do paciente. Representa entre 5 e 10% do número de casos diagnosticados de diabetes e na maioria das vezes, os primeiros sinais e sintomas são identificados ainda na infância e pré-adolescência.
Tipo 2
Representando mais de 90% dos casos diagnosticados, a diabetes tipo 2 está mais relacionada aos hábitos de vida e histórico familiar do paciente. Nesse caso, a insulina é produzida pelo pâncreas, porém é mal utilizada ou insuficiente para dar conta do aporte metabólico. Podendo ser diagnosticada em qualquer fase da vida, o tratamento nem sempre tem uso obrigatório de insulina. O controle da doença pode ser ajustado e realizado com melhora de hábitos alimentares, prática de exercício físico e com uma rotina periódica de cuidados gerais com a saúde.
Gestacional
O estado fisiológico especial instalado durante a gravidez leva a alterações hormonais e metabólicas que podem atingir o uso, a absorção e distribuição de glicose. A diabetes gestacional é um processo de hiperglicemia diagnosticado durante a gestação, que pode evoluir espontaneamente para cura ou persistir mesmo após o parto, com a instalação de um quadro de diabetes tipo 2. A hiperglicemia gestacional pode trazer riscos à gestante e ao bebê, sendo o diagnóstico e controle do caso essenciais para garantir a saúde de ambos.
Pré diabetes
Algumas condições clínicas e laboratoriais são necessárias para o diagnóstico de qualquer tipo de diabetes. O estado intermediário entre a normalidade e a diabetes instalada é chamado de prédiabetes. Alguns grupos de risco, como obesos e hipertensos, devem se atentar aos níveis de glicose como pré-requisito para controle da saúde. O pré-diabetes oferece uma oportunidade de manejo e controle da situação de saúde para evitar a instalação da doença, exames clínicos e laboratoriais periódicos são essenciais, não apenas aos grupos de risco, mas para a população no geral.
Sintomas
Tipo 1
- Fome frequente;
- Sede constante;
- Vontade de urinar diversas vezes ao dia;
- Perda de peso;
- Fraqueza;
- Fadiga;
- Mudanças de humor;
- Náusea e vômito.
Sintomas
Tipo 2
- Fome frequente;
- Sede constante;
- Formigamento nos pés e mãos;
- Vontade de urinar diversas vezes;
- Infecções frequentes;
- Feridas que demoram para cicatrizar;
- Visão turva ou embaçada;
- Problemas circulatórios.
Medição
O controle rígido da glicemia é uma ferramenta poderosa no acompanhamento e manutenção durante e após o diagnóstico de diabetes.
Os métodos convencionais de monitoramento da glicemia consistem na obtenção de uma pequena quantidade de sangue a partir da polpa digital ou do lóbulo da orelha, geralmente obtidos pelo próprio paciente com a utilização de uma lanceta. O sangue dispensado em uma fita reativa, acoplada a um sensor de glicose baseado em reações enzimáticas e eletroquímicas.
Tratamento
O tratamento do Diabetes consiste em normalizar os níveis de glicose sanguínea. Essa normalização da glicemia ocorre com auxílio de medicações, sejam orais ou injetáveis, a depender de características da doença e do portador da doença.
A eficácia de cada uma dessas medicações depende obviamente do nível de glicose na circulação, o que por sua vez tem uma importante dependência da alimentação e da atividade física. Sendo assim sempre recomendado medidas comportamentais associadas à medicação.
Nos portadores de Diabetes do tipo 2, onde frequentemente temos uma resistência à atividade da insulina gerada pelo aumento de peso, os cuidados alimentares, de atividade física e de redução do peso são especialmente importantes.
Tratamento
O descontrole do Diabetes pode trazer consequências breves, que em casos graves pode gerar a necessidade de internação hospitalar. Entretanto, a maior parte das consequências do descontrole da glicose acontecem de forma lenta e silenciosa, a longo prazo e sem trazer sintomas imediatos.
Essas consequências variam desde alterações sensitivas e motoras, até um risco aumentado de isquemias como o infarto agudo do miocárdio e acidentes vasculares encefálicos, assim como necessidade de amputação de membros, perda de visão e necessidade de hemodiálise.
Vale lembrar que essas complicações têm uma importante repercussão na redução da qualidade de vida dos diabéticos, assim como no aumento da mortalidade, tudo isso associado ao aumento dos custos para o paciente e para a sociedade. Por tudo isso é muito importante manter um bom monitoramento de seus níveis de glicose, consultando regularmente seu médico.